quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Pais e Filhos

A nenenha dormia
Serena e magnífica

Enquanto as estrelas do teto
Escureciam lentamente as paredes rosadas

O bercinho coberto com um véu a ninava

Um elefantinho cor de rosa,
Um ursinho de mesma cor
E toda a fauna que o capitalismo
me permitia ter a rodeava

A luz da lua pela cortina iluminava
Os pequenos cachinhos que cresciam

Sobre a cômoda:
Fralda, lenços umedecidos, Hipoglós,
Sorine, extrato de flores...
E uma infindável lista de remédios
- homeopáticos ou não

Um chocalho no canto,
Do lado do mordedor preferido

Da porta semi-aberta ele observava a cena...
E a nenenha continua dormindo.

Um comentário:

Júlia Amorim disse...

AI.MEU.DEUS. pára tudo. é a coisa mais linda que já li. todo apaixonado pela nenenha, veio do fundo do peito, com toda a sinceridade. fala sério, quem duvidaria desse amor? o poema mais lindo, Rique, sem favor. ma-ra-vi-lho-so. ♥