quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Bagagem

Porque os detalhes são básicos quando meu céu é escuro.
Meu lampejo de luz na noite fraca descreve o céu.
Clama o coração por notícia, arde o peito no recado.

A morte é só um rito de passagem.
Não a queira e não a tema,
Ela ainda está por vir.

O tempo é lento e terno...
E apesar disso, já vociferou seu lugar junto a nós.

Minhas metodologias pra bobagens
e seus lábios risonhos se entendem muito bem.
O sorriso terno, um abraço gostoso, a fala mansa e o olhar de carinho.
Me dê um beijo
- Um desejo -
Queime a pele, aflore bem.

O resto toma seu lugar.

Ê lêrê

Seja descartável como eu,
mas não descarte como eu faço.
Não tente entender o que eu também não entendo.
Deixe que a raiva te tome irracionalmente
e enlouquecidamente dentro do seu devido controle.

Siga esses passos para a inocência.

Porque o vento azul fere e empurra a minha flor de volta para outros jardins.

Tinto

Taça de vinho altamente permeável,
com alta taxa de aderência ao sabor.
Se tiver algo para oferecer Sr. Enólogo,
ofereça algo compatível com a descrição.
Dessa vez, a taça que dita o vinho.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Assim

Talvez ser abduzido nem seja tão ruim assim
Abdicar é pior
Pisar em cacos, brasas...
Reflorescer.

A perseguição pode ser assim:
O estilo viking de taverna.
É a bebedeira,
É a amora.
Tudo isso faz parte de mim.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Elvira Doim Piranga

Senado
Ser nada
Cheiro de enxofre.
Lambança vazia,
mas cheia de jogos.
Vergonha.
Ora da burrice,
Ora do desrespeito.

Mas por fim, os bigodes sempre escapam.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Pais e Filhos

A nenenha dormia
Serena e magnífica

Enquanto as estrelas do teto
Escureciam lentamente as paredes rosadas

O bercinho coberto com um véu a ninava

Um elefantinho cor de rosa,
Um ursinho de mesma cor
E toda a fauna que o capitalismo
me permitia ter a rodeava

A luz da lua pela cortina iluminava
Os pequenos cachinhos que cresciam

Sobre a cômoda:
Fralda, lenços umedecidos, Hipoglós,
Sorine, extrato de flores...
E uma infindável lista de remédios
- homeopáticos ou não

Um chocalho no canto,
Do lado do mordedor preferido

Da porta semi-aberta ele observava a cena...
E a nenenha continua dormindo.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Licantropia

Balas de prata machucam,
De festim coçam,
O resto me rasga .

A Lua me amaldiçoa
E me liberta,
Num ciclo vicioso .

Ando mordendo enquanto ladro
E ladrando enquanto mordo,
Num uivo agonizante .

Minha sede,
Nem por água e nem por sangue,
Clama, crescentemente, em minhas veias .
Clama por carne, pela sua carne .

Ando meio licantropo .