quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Interlúdio de Crases em Pantufas

Minha traição é meu ponto de vista
E como é por ignorância,
Suplico aplausos nos primórdios do meu eu.

Classifico por disjunção de suas reticências
As seis cordas do meu violão,
As páginas viradas e minha xícara de café.

E enquanto diletante,
Caminho sobre seus passos na areia
Tal como brisa leve na maior das pirogêneses.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

"."

Acordei com cheiro de acácia.
Seja lá o que for.
Seja gota,
Seja gosto,
Seja mel.
Acordei com gosto de acácia.
Cheira terra,
Parece terra,
Terra de pomar.
Me sinto até meio acácia.
E indefinido,
Me perco nessa imensidão.

E enquanto isso,
Acalanto.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Trova de Hazan e Fanie

Enquanto eu brilho como três vírgula quatro faróis,
Ela ilumina e alucina oito ou nove uns.
E enquanto eu esquento dois ou três cachos,
Ela reflete mil sóis.
Mas quando ela se esconde na minha frente, escurece tudo o que eu via.
E a escuridão que era tão inspiradora e reconfortante,
Se torna sem sentido.
Os lápis e rabiscos viram só grafite desgastado.
A lamparina fraca se apaga e o poeta cinza morre.

E os treze minuto que isso dura, deixa cor desbotada e música sem tom.
Perde a graça, a alegria.
O vazio não preenchido verte em lágrimas.
E o presente de outubro se perde.

Mas uma hora ela aparece e volta a correr,
Sempre onze horas a minha frente.
E o cronômetro da esperança volta a soltar.

" Óh Sol! Poderoso e grandioso como és tu, como fora cair em tal desgraça?
Com tanta Lua fora de anel em Saturno, porque escolheras justo a da Terra? "

E assim continua a estória de Hazan e Fanie, a história de um Sol e de uma Lua.
A história do Sol que se apaixona pela única Lua que não te pertence.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Acalanto

E dessa vez nem tão cinza,
Mas nem tão inverossímil
Falo de meus amores.
Inconstantes e presentes.
Constantes e nem tão presentes.
Acho que de longe meu assunto predileto.

Entretanto, já nem me importo que não entendam.
Já nem consigo me expressar mais mesmo.
Mas de um tanto assevero:
apesar de contos mil, a aura não fala nem conta.
Ela faz.
E faz bem.