domingo, 8 de maio de 2011

Sorrisos Meninos

Desvinculando meus elos com o passado,
Desfazendo de planos prematuros.
Sonhos prematuros.
Ligando minh'alma somente a exatamente esse momento.
Nada mais me pertence.
Já não reconheço a intersecção deste comigo mesmo.
Aonde foi que me perdi?
Talvez se por acaso me encontrar,
Acho por perto minha espontaneidade,
Parte dos meus sorrisos e a parte mais preciosa de mim.
Dispenso críticas ou comentários sobre.
Quero somente esse deslize silencioso da caneta sobre o papel,
Esse fluxo de energia em letra.
Não me espanta o bolo irreconhecível e amorfo dentro de mim.
Por algum motivo que nem eu entendo, eu fui parando...
No tempo? Talvez.
Dentro de mim? Possivelmente.
Já é quase um estado mecânico-vegetativo...
Isso implica em menos vontade, menos motivo, menos porques...
Nem empurrar com a barriga, com o tempo, gera algo.
Meu mundo particular, cada vez menor, não deixa, quase nunca, transparecer para o exterior como ele está.
Suas portas de entrada estão bem trancadas e cada vez mais seguras.
As de saída, levam em sua totalidade (ou ao menos nos momentos normais)
Ao lar do ócio e do torpor.
Acaba-se assim, então, o ciclo. Vicioso.
E quando, por fim, ele sufucar?

Queria poder compartilhar isso com alguém.
Mas não sei quem. Não vejo quem.

Por isso valorizo afagos e carinhos. Sorrisos a braços.
Me apego aos novos acolhimentos, aos momentos de atenção e
Aos pequenos sorriso meninos.
Não leve a mal, não quero roubar-te para mim.
Na verdade, quero sim. Mas não roubar-te de alguém.
É só roubar para mim. Mas isso, poucos entendem.

Despeço, ao menos em desejo, do autor dessa carta
E torço, bem fundo no meu âmago que o destinatário a receba.
Que não fisicamente, mas ao menos no fundo do seu coração.