quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Partial Blindness

É muito engraçado eu estar falando isso: logo eu.
Que nunca liguei muito pra isso.
Que nunca fui muito de me importar o número de cores que eu via.
Que sempre gozei o tanto de cores que eu conseguia ver.
Mas agora dói.
Não conseguir ver.
Não conseguir saber o que te surpreende, o que acontece do seu lado, o que eu perco em um movimento de cabeça, o que a multidão faz comigo...
Mas ainda assim, sou rei.
Vide Júbilos do Juízo Final.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Zarzuela-Muquerela

Ando sem vontades.
Ando sem porquês.
Fica sempre uma frustração de "eu poderia ter feito isso melhor", que meu caso mal resolvido me tirou.
Aliás, ando bem cansado.
Cansado de tudo.
Cansado de não poder fazer nada.
Cansado de não conseguir fazer nada.
E, mesmo assim, continuo só reclamando.
Na verdade, ando com bastante medo.
É isso.
Ando com bastante medo.
Quando eu fui, esperando boas notícias, na verdade, ela só me regrediu e diminuiu.
Mas tudo bem.
Desde o fato ocorrido não é fácil pra ninguém.

Preciso de férias.
O mais rápido possível.
Preferencialmente, da minha vida.
Que não de toda ela, mas de um pedaço significante.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

J

Me deparo contigo no mesmo ônibus que eu.
Os mesmos traços, o mesmo corpo, os mesmos trejeitos...
Mas não a mesma você.
É engraçado como você tem a capacidade de reaparecer pra mim.
E, mesmo que não seja você, me deu vontade de conferir,
Só para ter certeza.

Mas... Não era você.
Loucura, como poderia?!
Mas... Ainda assim... Meu cérebro sequelado insisti em olhar...

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Uma alma triste que chora

Cravados um ano e meio do ocorrido,
Ainda não o superei.
Seja pelas dificuldades que eu sinto, seja pela frustração que eu sinto do que eu poderia fazer e não o faço.
Talvez, muito provavelmente, eu não volte a ser quem eu era antes.
Tenho muito medo disso.
Porém, já perdi tanta coisa...
Mas tanta coisa...
Que se eu voltar, nem que seja 80%, ficarei feliz.

Sinto medo.
Medo de não saber resolver pequenas questões;
Medo de não saber pensar;
Medo de não dar conta de correr;
Medo de não dar conta de concluir meu curso;
Medo inclusive de não conseguir voltar a estudar...
Tantos medos, talvez até infundados.
Mas são meus medos.
São medos válidos.

Acho muita hipocrisia falar que não; dizer que não; tentar amenizar minha dor.
Porque só eu sei como ela é grande.
E... Por mais que eu tente, eu só não consigo.
E acredite: não é por falta de tentativas não.

E, por favor, não tenham pena de mim.
Porque pena, é o pior sentimento que qualquer ser humano possa se ter para com o outro.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Epístolas

Antes eu tinha alguém para curar minhas carências e me afagar a pele.
Hoje eu não tenho ninguém.
Antes eu tinha alguém para me dar direções e dizer o que era certo e o que era errado; o que eu podia e o que eu não podia fazer.
Hoje eu não tenho ninguém.
Antes eu tinha uma rosa. Vermelho sangue. Que apesar de todos os pesares... Eu a amava.
Hoje eu não tenho ninguém.
Antes eu tinha uma par. Que nos meus piores momentos, me abraçou, chegou perto de mim e me deu uma força descomunal.
Hoje eu não tenho ninguém.
Antes eu tinha alguém que... Apesar de tudo. Eu gostava. De verdade. Mesmo com as suas maluquices com as suas estapafúrdias... Com os seus tudo. E que ela me foi prometida.
Hoje eu não tenho ninguém.
Antes eu tinha alguém para me ajudar com os meus dilemas, e eu com os seus; para você chorar no meu colo e me pedir conselhos.
Hoje eu não tenho ninguém.
Antes eu tinha alguém que eu prometi muito, mas fiz pouco. Mas ainda assim me abraçou. Me afagou a pele.
Hoje eu não tenho ninguém.
Antes eu tinha alguém, que durante muito tempo, durante muito tempo mesmo, eu amei. E, até hoje eu tenho um carinho imensurável. Mas o tempo afastou nós dois.
Hoje eu não tenho ninguém.
Antes eu tinha alguém para cantar para mim. Quando eu estivesse mal, chateado ou deprimido. Era só você cantar, que eu esquecia de todos os meus problemas. Bastava você cantar, que por um momento, os problemas desapareciam.
Hoje eu não tenho ninguém.
Antes eu tinha alguém que era minha amiga. Que apesar de tudo, a gente se ajudava, se aconselhava e se xingava quando um dos dois fizesse algo errado.
Hoje eu não tenho ninguém.
Antes eu tinha uma meninarte espetacular. Que despensa comentários sobre.
Hoje eu não tenho ninguém.
Antes eu tinha uma darlingue. Mas aí o tempo foi passando, e bom. Acho que não foi possível e nem é provável que ela se lembre desse tempo.
Hoje eu não tenho ninguém.
Antes eu ficava trocando mensagens contigo. Até altas horas do dia, da noite e até da madrugada. Aquela coisa de botar o celular no silencioso para não poder acordar ninguém com a vibração...
Hoje eu não tenho ninguém.
Antes eu tinha uma presidenta diva linda. Que sempre me aconselhou, sempre esteve do meu lado...E não importasse a época... A gente sempre foi amigo.
Hoje eu não tenho ninguém.
Antes eu tinha um vaso quebrado. Do que todos viraram às costas. Menos eu.
Hoje eu não tenho ninguém.


E... De tantos antes eu tinha... Me deparo com a minha situação atual.
Antes eu tinha você. Hoje, eu não tenho ninguém.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Bad Moon Rising

Eu queria que o título dessa postagem fosse musical.
Pela nova velha premissa que eu assumi.
Mas pensando bem, não se pode ser o início de uma nova era quando a outra já havia terminado, e eu me apegando ao passado, tinha um medo hipócrita de soltá-la.
Ou pelo simples medo de cair, pendia-me debilmente a ela.
Acho que é mais pelo medo mesmo.
E... Soltando... Eu me senti livre.
Como havia muito tempo que eu não me sentia.
E diferente do que eu achei, eu não senti dor, eu não senti ódio, eu não senti nada...
Só... Nada. E isso é estranho, confesso.

"I see the bad moon rising
I see trouble in the way"

Não mais. Não mais. Pela primeira vez, em anos, não mais.
E cara, como isso é bom!

domingo, 25 de agosto de 2013

Amplitude de Serenidade

Meu peito se aquietou.
E pela primeira vez, se asserenou.
Talvez por eu concluir tarefas antigas...
Livrar de amores antigos...
Mas a sensação, de liberdade, é divina.

Sei que tenho muito a trilhar ainda.
Mas, vagarosamente, vou indo.
E, talvez, nem eu entenda ou até mesmo, consiga
Mas sei que pela primeira vez, quero tentar.
E estou disposto a falhar.

E talvez, daqui a um tempo, eu colha frutos.

domingo, 28 de julho de 2013

Phoenix Sonata

Mesmo que trêmulas, minhas letras já me obedecem...
Ainda tímidas, inseguras.
Mas já me obedecem.
Reconhecem seu suserano, que chegou pra recuperar tudo de volta.
E ele não vai deixar escapar nada.
Ele quer tudo de volta. Cada pedaço. Cada pedacinho.
E, mesmo que não seja possível, pra ele, recuperar tudo de uma vez, ele é paciente.
Saberá esperar a hora certa...
Afinal, já tem mais de um ano que ele tá esperando...
O que são mais alguns dias? Alguns meses?
O gosto de bolor ainda existe.
Mas ele vai, lentamente, saindo.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Quimioterapia

Um dia para 11 meses.
Tratamento intensivo. Viciante.
Será que isso tem cura?
Aliás, será doença?
Em torpor negativo, como alguém por aí deve saber.
Já não há mais critérios para debater sobre.
Qualquer um vira especialista, qualquer um é capaz de falar.
Menos quem deveria.
E dessa vez, não é você quem eu mais preciso.
Não é ninguém.
Falta alguém pra ocupar o pedestal que você largou de bom grado.
Acho que eu realmente sou louco ou insano.
No final das contas, tanto faz.
Porque, no fim, vai vir alguém e fazer similar...



Enquanto isso, continuam as sessões.
Nem são de todo ruins, mas melhor seria se elas não fossem por isso.
Ou melhor, se eu não precisasse delas.

Mais sessões...

domingo, 24 de março de 2013

O menino que não sabia pisar

- Olha mãe! Olha a cara dele!
Ele não consegue pisar!
Que cara mais estranho...

- Nossa... Você não consegue correr?
Você é normal?
Porque todo mundo consegue correr.

- Ah pára, né? Vai me dizer que em uma situação de perigo você não corre?!

Então, ele se deitou e aceitou a sua condição.
Sendo o único menino que não sabia correr.
Não porque não sabia. Mas porque lhe foi tirado.
Não aguentava. Ainda...Mas eles iam ver... Deixasse ele pegar um pouco mais de equilíbrio e firmeza... E... Zas... Lá ia dar ele correndo, alegre e saltitante...
Com a confiança que lhe foi tirada, e a certeza de que mais uma etapa fora vencida.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O mistério Júlia

Nunca falei tão abertamente para alguém assim. Sempre fui mais enigmático, mais esguio. Mas hoje, serei direto. Durante... Sei lá quanto tempo vivi essa paixão insana e louca; sem medida. Que me fez muito bem, mas ao mesmo tempo, me fez muito mau. E mal.
Hoje, me desvinculo totalmente e completamente dela com a certeza de que vivi tudo o possível e não sentirei saudades e nem falta. Mas levarei tudo comigo com um carinho imensurável... Ah! Se ela soubesse... :') Só posso dizer que a amo.!